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APICCAPS negligencia os direitos dos trabalhadores em ano histórico no setor do calçado

APICCAPS negligencia os direitos dos trabalhadores em ano histórico no setor do calçado

O ano de 2022 foi um ano de sucesso para o setor do calçado e artigos de pele em Portugal, tendo registado um crescimento de 22,2% nas exportações em comparação com o período homólogo do ano anterior. Portugal exportou 76 milhões de pares de calçado, no valor de 2.009 milhões de euros, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 2 mil milhões de euros. Os principais mercados de destino incluem a Alemanha, França e Países Baixos, que registaram crescimentos expressivos nas exportações. As vendas para países extracomunitários também têm destaque, já que representam 20% do total exportado. O preço médio do calçado exportado situou-se nos 26,40€, o que representa um aumento de 8,7% em relação a 2021.

No entanto, apesar do sucesso do setor, o SNPIC - Sindicato Nacional do Calçado, Malas e Afins ainda precisa de apoiar os trabalhadores na luta por melhores salários, uma vez que o contrato coletivo em vigor permite às empresas pagar salários mínimos, carreiras congeladas e subsídios de alimentação precários, como 2.5 euros há uma década. É inadmissível que a associação patronal - APICCAPS, que apoia as empresas do setor, não tenha negociado de boa-fé, o contrato coletivo em 2022 com a FESETE, mesmo tendo sido um ano histórico para o setor do calçado. O SNPIC considera essa situação inaceitável e incentiva os trabalhadores a lutarem pelos seus direitos e principalmente, o reconhecimento.

Apesar dos desafios enfrentados pelo setor, como a pandemia, a guerra na Ucrânia e a escassez de mão-de-obra qualificada, porque poucos são os trabalhadores que permanecem a trabalhar no setor do calçado devido às condições salariais, a APICCAPS considera 2022 como um ano de afirmação do calçado português nos mercados internacionais. No entanto, ao invés de se preocuparem com as condições de trabalho e salários dos trabalhadores, que foram os responsáveis por esse sucesso, a APICCAPS preocupa-se somente com os outros fatores como a inflação, novos canais de distribuição e concorrentes.

O SNPIC acredita que esta mais do que na hora de mudar a narrativa e priorizarmos os direitos dos trabalhadores, que foram esquecidos durante a negociação coletiva em 2022 como em outros anos. As empresas têm de reconhecer o valor dos trabalhadores e investir nas condições de trabalho, para que o setor possa continuar a crescer de forma sustentável.

Devemos exigir mais da APICCAPS e das empresas do setor do calçado, garantir que todos os trabalhadores estejam em condições de trabalho seguras e que recebam salários justos e benefícios adequados. Isso inclui horas extras, férias remuneradas e outros benefícios que são fundamentais para garantir uma vida digna e um trabalho saudável e sustentável. Além disso, as empresas devem trabalhar juntas para implementar práticas de gestão de qualidade e meios ambientais sustentáveis, a fim de proteger não só os trabalhadores, mas também o meio ambiente. Principalmente, a APICCAPS e as suas empresas associadas devem ser líderes na promoção de boas condições de trabalho e responsabilidade social, e é a nossa responsabilidade como trabalhadores e consumidores exigir isso.

Podes ver o Artigo da APICCAPS, "Cluster do calçado com resultado histórico".

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CGTP - Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses
FESETE - Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal

Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins

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