Sucesso do setor do calçado português e a valorização dos trabalhadores

Introdução
O recente artigo da APICCAPS destaca o sucesso do setor do calçado português em 2022, com um saldo positivo na balança comercial de 1.302 milhões de euros. Contudo, é crucial analisar como esse crescimento impacta a vida dos trabalhadores do setor e abordar as preocupações do SNPIC - Sindicato Nacional do Calçado, Malas e Afins.
Crescimento expressivo nas exportações
Portugal exportou 76 milhões de pares de calçado, no valor de 2.009 milhões de euros, evidenciando um crescimento expressivo nas exportações e uma contribuição significativa para a economia nacional. Entretanto, é importante lembrar que esse sucesso econômico deve ser acompanhado de melhorias nas condições de trabalho.
Défice da balança comercial portuguesa
O défice da balança comercial portuguesa atingiu o valor 'mais elevado desde que há registos', ascendendo a 30,8 mil milhões de euros, segundo o INE. Apesar desse cenário preocupante, o setor do calçado conseguiu contrariar a tendência nacional, com "um resultado muito positivo", segundo a APICCAPS. No entanto, essa prosperidade não pode ofuscar a realidade enfrentada pelos trabalhadores do setor do calçado, que sofrem com carreiras congeladas, salários mínimos e subsídios de alimentação irrisórios há uma década.
Escassez de mão-de-obra qualificada
O artigo também cita a escassez de mão-de-obra qualificada como um dos fatores de incerteza enfrentados pelo setor em 2022. Essa questão ressalta a necessidade de investir na formação e qualificação dos trabalhadores, proporcionando oportunidades de crescimento profissional e melhorias nas condições laborais.
Investimento em formação e qualificação
Para enfrentar a escassez de mão-de-obra qualificada, é essencial investir na formação e qualificação dos trabalhadores. Isso pode ser feito através de cursos profissionais, workshops e treinamentos específicos para o setor do calçado.
Melhoria das condições de trabalho
Juntamente com o investimento em formação, é importante melhorar as condições de trabalho. Isso inclui garantir salários justos, condições de trabalho adequadas e uma maior participação nos lucros da empresa.
Negociação coletiva efetiva
É fundamental que a FESETE e a APICCAPS estabeleçam uma negociação coletiva efetiva, garantindo que os trabalhadores sejam valorizados e beneficiados pelo sucesso do setor. A força laboral que sustenta a indústria do calçado merece condições dignas e justas de trabalho, além de uma maior participação nos frutos desse progresso financeiro.
Conclusão
Em suma, o sucesso do setor do calçado português é louvável, mas deve ser acompanhado de um compromisso real com a melhoria das condições de trabalho e a valorização dos trabalhadores. O SNPIC continua a lutar pelos interesses dos trabalhadores na busca de uma negociação coletiva efetiva com a APICCAPS, promovendo um setor mais justo e equitativo para todos.
Perguntas frequentes
- Qual foi o saldo positivo na balança comercial do setor do calçado português em 2022?
O saldo positivo na balança comercial do setor do calçado português em 2022 foi de 1.302 milhões de euros. - Quantos pares de calçado Portugal exportou em 2022?
Portugal exportou 76 milhões de pares de calçado em 2022. - Quais são as principais preocupações dos trabalhadores do setor do calçado?
As principais preocupações dos trabalhadores do setor do calçado incluem carreiras congeladas, salários mínimos e subsídios de alimentação irrisórios há uma década. - Por que é importante investir na formação e qualificação dos trabalhadores do setor do calçado?
Investir na formação e qualificação dos trabalhadores é importante para enfrentar a escassez de mão-de-obra qualificada e proporcionar oportunidades de crescimento profissional, além de melhorar as condições de trabalho. - O que a FESETE e os seus sindicatos buscam ao estabelecer uma negociação coletiva efetiva com a APICCAPS?
A FESETE busca garantir que os trabalhadores sejam valorizados e beneficiados pelo sucesso do setor, garantir condições dignas e justas de trabalho, além de exigir uma justa distribuição dos lucros do setor, onde os trabalhadores precisam da sua parte.