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Ecco em tempos de crise: despedimentos e acusações de assédio moral

Ecco em tempos de crise: despedimentos e acusações de assédio moral

Introdução

O 🔗recente despedimento coletivo de 42 trabalhadoras na fábrica de calçado Ecco em Santa Maria da Feira trouxe à tona questões relacionadas a assédio moral e as ações da direção portuguesa da empresa. Neste artigo, analisamos a situação e discutimos as implicações para os trabalhadores envolvidos e para o SNPIC - Sindicato Nacional do Calçado, Malas e Afins.

I. Contexto do despedimento coletivo na Ecco

A Ecco, multinacional dinamarquesa do setor de calçados, anunciou recentemente o despedimento de 42 trabalhadoras afetas ao departamento das amostras na unidade de Santa Maria da Feira. Este despedimento gerou polêmica e levantou suspeitas de assédio moral por parte da direção portuguesa da empresa.

II. A posição da delegada sindical, Susana Bastos

Susana Bastos, trabalhadora da unidade da Ecco em Aveiro e delegada do SNPIC, foi incluída no grupo dos despedidos e denunciou práticas de assédio moral por parte da direção da unidade portuguesa. Ela alega que a Ecco adotou uma estratégia para afastar especificamente os delegados sindicais e representantes dos trabalhadores, o que prejudica a defesa dos direitos dos trabalhadores no futuro.

III. Acusações de assédio moral na Ecco

De acordo com a Susana Bastos, a Ecco tem realizado práticas de assédio moral, como monitorar e controlar as redes sociais dos trabalhadores, obrigar a assinar advertências a admitir que foram à casa de banho sem autorização do chefe e ignorar queixas de trabalhadores que reportaram episódios de assédio por parte das chefias. A sindicalista ressalta, no entanto, que não acredita que tais comportamentos sejam ordenados pela direção superior do Grupo Ecco, mas sim um abuso da direção portuguesa.

IV. Reação dos trabalhadores e proposta de indemnização

Apesar das denúncias, a maioria das 42 trabalhadoras despedidas aceitou as indemnizações majoradas propostas pela Ecco, que ofereceu o pagamento de 1,4 meses de indemnização por cada ano de trabalho para quem aceitasse sair até a data estipulada. Após essa data, a empresa pagaria apenas 12 dias por cada ano de exercício, conforme determinado pela lei em vigor desde 2012.

V. O papel do SNPIC na defesa dos trabalhadores

O SNPIC tem um papel fundamental na defesa dos direitos dos trabalhadores da indústria do calçado, malas e afins, atuando como mediador entre trabalhadores e empresas. Neste caso específico, o sindicato precisa de acompanhar a situação na Ecco, apoiar os trabalhadores despedidos e cobrar esclarecimentos por parte da direção da empresa.

VI. Conclusão

Importa realçar que esta reestruturação foi levada a cabo de maneira diferente das anteriores. A reestruturação e o despedimento coletivo anunciados no dia 6 de Março tinham um objetivo claro: incluir a delegada e dirigente Susana Bastos no grupo dos despedidos. Nos últimos 9 meses, a Susana Bastos acompanhou e ajudou todos os trabalhadores que solicitaram o seu apoio na resolução de inúmeras discriminações, desigualdades e perseguições. Este despedimento serviu para silenciar a delegada Susana Bastos.

  • De forma clara, não há fundamentos sólidos para a reestruturação anunciada, e essa decisão carece de credibilidade;
  • Constatamos que não foram selecionados os trabalhadores das categorias abrangidas com menor antiguidade na ECCO;

O Sindicato está frontalmente contra este despedimento coletivo e apoiará a sua impugnação judicial. Sabemos que a forma como este despedimento coletivo foi conduzido visava intencionalmente o despedimento da delegada Susana Bastos. Não houve negociação com as trabalhadoras como era habitual da empresa.

Isto tem de acabar: os delegados e dirigentes têm de ter proteção e as empresas que apresentam estes comportamentos devem ser penalizadas. A proteção aos delegados sindicais e dirigentes é fundamental para garantir um ambiente de trabalho justo e respeitoso, onde os direitos dos trabalhadores sejam salvaguardados e as práticas de assédio moral sejam combatidas.

O despedimento coletivo na Ecco levanta questões importantes sobre assédio no trabalho e a responsabilidade das empresas em garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para os trabalhadores. Além disso, destaca a importância do papel dos sindicatos, como o SNPIC, na defesa dos direitos dos trabalhadores e na promoção de condições justas de trabalho.

VII. Reflexão Final e Próximos Passos

O recente despedimento coletivo de 42 trabalhadoras na fábrica de calçado Ecco em Santa Maria da Feira, que trouxe à tona questões relacionadas a assédio moral e às ações da direção portuguesa da empresa, levanta preocupações sérias e ressalta a importância de um ambiente de trabalho seguro e respeitoso. O papel do SNPIC na defesa dos direitos dos trabalhadores e na promoção de condições justas de trabalho é crucial neste contexto.

Para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam protegidos e as práticas de assédio sejam combatidas, é fundamental que os trabalhadores e o SNPIC mantenham-se unidos e vigilantes. Algumas ações que podem ser tomadas incluem:

  1. Acompanhamento das ações da direção da Ecco em relação às trabalhadoras despedidas e demais trabalhadores.
  2. Apoio às trabalhadoras despedidas na busca de novas oportunidades de emprego e orientação jurídica, caso necessário.
  3. Promoção de diálogo e negociação com a direção da Ecco, procurar esclarecimentos e soluções para as questões levantadas.
  4. Desenvolvimento de campanhas de conscientização e educação sobre assédio moral e direitos dos trabalhadores, visando a prevenção de futuras ocorrências noutras empresas do setor.
  5. Estabelecimento de canais de denúncia e apoio aos trabalhadores que se sintam vítimas de assédio ou discriminação no ambiente de trabalho.

Através destes esforços, é possível trabalhar em prol de um ambiente de trabalho mais justo e seguro, onde os direitos dos trabalhadores são respeitados e as práticas de assédio moral são combatidas de forma eficaz. Os delegados e dirigentes sindicais tem de ser protegidos, e as empresas que apresentam comportamentos abusivos e discriminatórios devem ser penalizadas. Unidos, trabalhadores e sindicatos podemos construir um futuro mais justo e equitativo para todos.

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